Zabumbeiro bate o bombo
Quero a pancada motor
Zabumbeiro bate o bombo
Quero a pancada motor
Meninas dança animada
Que a Cambina já chegou
Meninas dança animada
Que a Cambina já chegou
Pancada Motor
Quero passar
meu amor quero passar
Quero passar
meu amor quero passar
Não passe não
Que no rio tem muita lama
Ouça uma voz que te chama
Do outro lado de lá
O Alfredo meu amigo
Você não pode passar
Se você passar
Você vai se atrapalhar
Não passe não
Que no rio tem muita lama
Ouça uma voz que te chama
Do outro lado de lá
Eu sou um Africano / I am an african
Vim para o brasil contra a vontade / I came to Brazil against my will
Trabalhar na escravidão / Working in slavery
De dia de noite / From day to night
Sem poder ter liberdade / Without being able to have freedom
Vou botar fogo no engenho / I’m going to burn down the mill
onde o nego apanhou / Where the black guy was beaten
o nego hoje é gente / Black people today are people too
quer dançar e ser doutor / They want to dance and be doctors
Sergio conta me a história
Como foi a história do Coronel Fragoso
Sérgio Ricardo:
Sou cantador de Cajazeiras
E vim cantar a minha gente
Gente que não foge do ar
Gente que não corre de macho
Nem de onça ou de mulê
Venho cantar minha gente
Lá das banda de Cajazeiras
Aonde um Coronel diz que é dono de tudo
Coronel Fragoso
Horroroso, viúvo, velho, feio e barrigudo
Como dizia o bom Joaquim pelas ruas de Piancó
Fazendo chacota dele
Quando alguém dizia que em compensação,
ele tinha a casa mais bonita da cidade
Quero um cantinho nessa feira
Preu cantar a minha gente
Gente que não foge da terra
Gente que não corre de guerra, de arruaça e o que vier
E não façam pouco do Coronel fragoso de quem,
todo mundo corre ou quase se borra de medo
Quando ele vem subindo a jaqueira enfezado
Com a debandada de sua gente
Ou com a seca do sertão
Quem quiser que venha vê meus causo
Que eu conto com satisfação
Pra clarear as cabeças de bom pensar
Sobre os acontecido em Cajazeiras
La aonde o coronel
Diz que é bom que só Deus
Porque dá a metade
Pra quem planta e cuida de seu gado
Quem quiser que venha se está tudo certo ou errado
com meus causo acontecido
Se gostar,
Que faço uso e bom proveito
Se não gostar,
Continue deixando tudo esquecido
Ana Tijoux:
Cuenta la historia
que en un pueblo perdido
en el medio del noreste de Brasil
existía un coronel que era dueño de la tierra y que mandaba con fusil
apuntaba a su pueblo
y quién no quisiera entregar parte de su sueldo y los hacía trabajar
y la gente cansada, cansada se empezó a organizar para combatir el pasar
pasa pasa pasa
y esto pasa pasa
Cuánta gente,
cuanto golpe
cuanta vida
cuánto cuánto
coronel
necesita usted juntar
Cuanta pena
Cuánto llanto
cuanta vida
cuanto cuanto
diga el pueblo
necesita usted matar
por qué mata mata mata mata
coronel mata mata mata
Y esto pasa en todas partes,
en la esquina en la acera
siempre hay un fragoso
que corta la primavera
Pasa en América Latina y en África
Y pasa pasa pasa
con violencia y de gobierno
DJ Tudo e sua Gente de Todo Lugar’s 7th album, breed from Brazilian field recordings and made between 2007 and 2019 in trips around the world - Brazil and 11 other countries. It is a project that should have come out in 2013, but the “Pancada Motor - Manifesto da festa” came out ahead, having as a sequel the two volumes of Gaia Music series. By early 2019, the album was finalized.
Pancada Motor is a term derived from the Alagoas traditions like the Samba de Matuto, Cambinda, Baianá and Caboclinha, about their cultural make or their rhythms. Here this name has been expanded to other cultures and rhythms of Brazil.
Transformation and Cure are urgent needs for humanity and our relation with the planet, we need to transform our relationship with each other and Mother Earth for our healing as a whole.
Artists from many countries and different cultures contributed to this work. It is hard to place an order of greatness and importance but certainly the traditional Brazilian groups were the initial inspiration: Matutinhas do Pontal de Coruripe, Cambinda Palmeirense de Porto de Pedras, Maracatu Nação e Rural de Recife, Caceteira do Seu Rindu de São Cristóvão, Terno de Congo 13 de Maio de Goiânia, Reisado São Miguel de Juazeiro de Norte, Carimbó Raízes de Coremar de Salinas and Queen Dona Neta from Maracatu Cruzeiro do Forte do Recife.
Equally fundamental is the contribution of Sérgio Ricardo, legend of MPB (Brazilian Popular Music), and Chilean rapper Ana Tijoux that features the track “Terra para todos (Land for all)”. From Belgium, Rolland Van Campenhout, Steven de Bruyn, Bart Maris, Tuur Florizoone and David Bovée. Alan Bryden and Stuart Brown, BigTad and duo Twelfth day Esther and Catriona from Scotland. From Paris, guitarist Stefane Goldman who has participated in several DJ Tudo’s albums. From London, the percussionist Crispin Robinson, Lopa Kotari and Mariana Pinho. From Rio de Janeiro, the keyboardists Sacha Amback and Marcos Lobato. Lu Dlamini from South Africa. American drummer Marque Gilmore, who was recorded in Stockholm, Sweden. From Istanbul the Zas Player Murat Ertel. Rajasthan musicians met unexpectedly at a casual ride in a hotel elevator in Durban, South Africa. Brasília singer Ana Soares. From Ljubljana, Slovenia, accordionist Uros and Beth. From São Paulo, my brothers and sisters in arms: Gente de Todo Lugar - drummer Gustavo Souza, percussionist and singer Rafaella Nepomuceno, guitarist Rafael Martinez, saxophonists Marcelo Monteiro and Filipe Nader and trumpeter Amílcar Rodrigues. Planetary voices in the track “Nietzsche era triste ....” recorded in several countries.
Thank you so much for the music and the affection that you put in this work, the result is nine songs and nine seasons linked to life.
Knowing and respecting cultures is an eternal path of transformation, that this work reaches each one as a transforming element, especially in this almost inexplicable moment that we live on the planet.
Long live!
PORTUGUESE
Sétimo trabalho de DJ Tudo e sua Gente de Todo Lugar, nascido das gravações da cultura brasileira e feito entre 2007 e 2019 em viagens pelo mundo - Brasil e mais 11 países.
Deveria ter saído em 2013, mas o “Pancada Motor - Manifesto da Festa” saiu na frente, tendo como sequência os dois volumes da série Gaia Música. Em 2019, o disco pode ser finalizado.
Pancada Motor é um termo oriundo das tradições alagoanas como o Samba de Matuto, Cambinda, Baianá e Caboclinha, e falam do seu fazer cultural ou de seus ritmos. Aqui esse nome foi expandido para outras culturas e ritmos do Brasil.
Transformação e cura são necessidades urgentes para a humanidade e nossa relação com o planeta, precisamos transformar nossa relação com os outros e com a mãe Terra para nossa cura.
Artistas de vários países e diferentes culturas contribuíram para esse trabalho. É difícil colocar uma ordem de grandeza e de importância, mas, sem dúvidas, os grupos tradicionais brasileiros foram a inspiração inicial: As Matutinhas do Pontal de Coruripe, A Cambinda Palmeirense de Porto de Pedras, o Maracatu Nação e o Rural de Recife, A Caceteira do Seu Rindu de São Cristóvão, O Terno de Congo 13 de Maio de Goiânia, O Reisado São Miguel de Juazeiro de Norte e o Carimbó Raízes de Coremar de Salinas, a Rainha Dona Neta do Maracatu Cruzeiro do Forte do Recife.
Igualmente fundamental é a contribuição de Sérgio Ricardo, lenda viva da MPB, e a rapper chilena Ana Tijoux que integram a faixa “Terra pra todos”. Da Bélgica, Rolland Van Campenhout, Steven de Bruyn, Bart Maris, Tuur Florizoone e David Bovée. Alan Bryden e Stuart Brown, BigTad e o duo Twelfth day Esther e Catriona da Éscocia. De Paris, o guitarrista Stefane Goldman que já participou de vários discos do DJ Tudo. De Londres, o percussionista Crispin Robinson, Lopa Kotari e Mariana Pinho. Do Rio de Janeiro, os tecladistas Sacha Amback e Marcos Lobato. Lu Dlamini da África do Sul. O baterista estadunidense Marque Gilmore, que foi gravado em Estocolmo, Suécia. De Istambul, Turquia o tocador de Zas Murat Ertel, músicos do Rajastão conhecidos em um encontro casual em um elevador de hotel em Durban, África do Sul. A cantora de Brasília Ana Soares. De Ljubljana, Eslovénia, o acordeonista Uros e Beth. De São Paulo, meus parceiros de caminhada, a banda Gente de todo lugar, o baterista Gustavo Souza, a percussionista e cantora Rafaella Nepomuceno, o guitarrista Rafael Martinez, os saxofonistas Marcelo Monteiro e Filipe Nader e o trompetista Amílcar Rodrigues. Vozes planetárias na faixa “Nietzsche era triste ....” gravadas em muitos países.
Muito obrigado pela música e o afeto que colocaram nesse trabalho, o resultado são nove músicas e nove estações ligadas a vida.
Conhecer e respeitar culturas é um eterno caminho de transformação, que esse trabalho chegue a cada um como um elemento transformador, principalmente nesse momento quase inexplicável que vivemos no planeta.
Vida plena!
Alfredo Bello, 2021
credits
released March 25, 2021
Produced and recorded between 2007 and 2019 in streets, beachs, friend’s house and home studios by Alfredo Bello for a Better World
Tracks 04, 07 and 09 mixed by Leonardo Nakabayashi, 01, 02, 03, 05, 06 and 08 by Maira Martucci and Leonardo Nakabayashi at Estúdio Banzai!
Mastering by Leonardo Nakabayashi at Estúdio Banzai!
Picture of front family archive and the back (Amsterdam sun) by Enno de Jonge.
Selo Mundo Melhor record label was born in 2004. The label's owner and leader - musician, music producer and researcher -
Alfredo Bello has been recording the music of Brazilian oral tradition communities for 17 years. Besides Brazilian oral tradition music, Selo Mundo Melhor also got an experimental music. In total, 32 titles were released. It includes DJ Tudo e sua Gente de Todo Lugar....more